Este é um diário de uma beesha alucinada, cheia de aventuras insanas e pensamentos desconexos, à base de remédio controlado e de porradas que a vida dá na cara!

Saturday, September 08, 2012

Inferno astral

Eu não acredito em horóscopo.
Acho muito ilusório acreditar que planetas e estrelas orbitando lá em cima tenham alguma influência sobre quem eu sou ou sobre o que acontece na minha vida.
Tudo bem que fé e crença estão bem longe do terreno da racionalidade - afinal, também parece meio surreal acreditar num super-homem que anda sobre as águas, multiplica pães e peixes e traz mortos à vida...
Ou mesmo em algum tipo de força cósmica, entidade ou ser superior cuja lógica está por trás de toda a nossa existência.
Só sei que não acredito em horóscopo.
Porém, analisando algumas coisas que me aconteceram, começo a acreditar em inferno astral.
Se olho pro ano passado, então, acredito no pior tipo de inferno astral que existe: aquele que se aproxima como benção, como dádiva, como coisa boa, só pra te foder no fim das contas.
Aquele que te faz querer acreditar que tudo pode ser bom, belo ou ao menos diferente  do usual... e que, depois, explode tudo na sua cara.
Aquele que te encanta e, quando você acredita que tudo será mais bonito, te rouba toda a magia.
Esse foi meu inferno astral do ano passado: conheci um cara fantástico, com quem tive um tipo de contato, encanto e intimidade que nunca experimentei na vida... uma pessoa que me fez acreditar que eu era especial, que eu merecia o melhor, que me olhava com desejo e admiração... uma pessoa que, quando eu finalmente me dispus a viver a plenitude de um relacionamento por me saber merecedor, simplesmente me disse não.
Me roubou o ar, os sonhos, a magia, a felicidade.
Tomou com ferocidade tudo aquilo que ela me permitiu construir.
Se isso não é inferno astral, não tenho melhor expressão pra definir o que é...

Friday, March 30, 2012

Farrapo

Hoje eu estou me sentindo um farrapo, um fiapo de gente, quase um arremedo do homem que um dia eu fui...

Tem um misto muito grande de sentimentos aqui dentro do meu peito, um bolo fermentando a tal ponto que parece que vai explodir: raiva, angústia, dor, desilusão.

Meu Querido, o homem que escolhi pra mim, está encantadinho, está apaixonadinho... por outra pessoa.

Meu Querido, essa pessoa que há alguns meses, mesmo afirmando que me deseja, me pediu pra esquecê-lo porque estava fechado para o amor. A pessoa que me rejeitou porque não podia me oferecer um relacionamento, porque não se sentia pronto pra entregar seu coração, que não se sentia a altura de ser amado por mim, de repente se acha pronto pra oferecer tudo aquilo que eu quero PRA OUTRA PESSOA!

Vocês são capazes de avaliar como eu me sinto?
Conseguem sentir a onda de ciúme e de rancor que que embrulha todas as minhas entranhas?
Percebem o quanto eu me sinto idiota, o quanto eu me sinto enganado?

Meu Querido me deu toda a areia do mundo e me deixou construir castelos, pra depois destruir tudo com um sopro...

Meu Querido me dizia o quanto me admirava e me desejava, ao mesmo tempo que se sentia não-merecedor de alguém tão incrível quanto eu... Ora, se me achasse mesmo tão incrível, tão especial - como me disse tantas vezes - estaria oferecendo pra mim tudo isso que ele quer oferecer para outro!

Meu Querido, esse homem que há poucos meses chorou nos meus braços, se sentindo incapaz de me dar aquilo que eu precisava, hoje quer se abrir pra um amor que não é o meu...

Meu Querido, meu coração dói muito com essas facadas que você me desferiu...
Dói tanto que às vezes não consigo esconder.
E como um aimal ferido, eu sinto dor, raiva, vergonha e muita vontade de te ver sofrer por me ferir desse jeito.

Eu sempre quis te ver feliz, Meu Querido... mas eu queria que você construísse essa felicidade junto comigo, e não nos braços de outro!

E enquanto você tá aí, se derrentendo de felicidade, eu só encontro amargura...
A parte de mim que te vê como amigo e quer o seu bem ainda torce pela sua felicidade.
Mas a parte de mim que ainda sente paixão e desejo só quer que você sofra e se desiluda tanto quanto eu estou sofrendo agora, desiludido...
Infelizmente, essa segunda parte dolorida é que mais se faz sentir agora...

Saturday, March 10, 2012

Strenght, courage and wisdom

Força, coragem e sabedoria...
Essas foram as palavras que marcaram meu dia, por diferentes motivos!
Mas, sobretudo, a coragem...

Se nomes têm realmente um significado, li em algum lugar que meu nome significa "corajoso".
Não sei se o significado real é mesmo esse, mas me identifiquei.
Ok, não sou a pessoa mais corajosa do mundo, ainda tenho uma série de medos que me perseguem - ninguém nem imagina o turbilhão dentro de mim quando pego um elevador, por exemplo.
Mas tem certas coisas na vida - especialmente na minha - que exigem muita coragem!

Acabei de ver um filme e, num dado momento, um pai fala para um filho que perdeu o grande amor da sua vida porque teve medo de arriscar, medo de se declarar, medo de se envolver, e queria que o filho não cometesse o mesmo erro.

E eu não me permito sentir mais esses medos.
Quando novo, me machuquei muito por ter amado e não ter sido correspondido.
Me fechei num casulo, não me permitia me envolver, não me abria.
Até que me dei conta que viver fechado, resguardado, com medo de tudo não é propriamente viver.

Há pessoas que vem a esse mundo apenas pra cumprir os imperativos biológicos básicos: nascer, crescer, (eventualmente) reproduzir e morrer.
Elas apenas sobrevivem, presas a rotinas e procedimentos e manias e... medos!

Quanto a mim, eu vivo!
E vivo muito, vivo com intensidade.
Vivo porque me permito me libertar dos medos!

Quando me senti insatisfeito com os rumos que me aguardavam na pequena cidade onde morava, calculei os riscos, pensei um bocado, tomei coragem e parti rumo ao desconhecido.
Tive medo?
Claro!
Mas não me deixei paralisar por isso e segui minha vida em frente!

Quando fiquei doente e passei meses fazendo exames atrás de exames sem descobrir o que eu tinha, me submeti a uma cirurgia exploratória, da qual eu simplesmente poderia não sair vivo ou, se saísse, poderia não ter boas notícias - tipo enfrentar todo um tratamento de câncer.
Tive medo?
Claro!
Mas encarei o desafio de frente, tentando ser confiante, acreditando que tudo melhoraria.
E melhorou!

Todas as vezes em que amei um homem, mesmo só conhecendo a rejeição e a dor nesse aspecto, ainda assim não me calei nem me escondi.
Tive medo?
Claro!
Mas amei, me entreguei, falei de tudo o que eu sentia.

Aprendi muito com cada uma dessas situações, com cada erro e cada acerto!
E só aprendi porque me permiti viver cada um desses momentos, com a intensidade que cada um deles merecia ser vivida!

Hoje, mesmo com tantos sonhos destruídos, ainda mantenho a esperança, a crença de que, em algum momento, algo pode e vai dar certo!
Tenho medo?
Claro!
Mas o que importa é viver, é passar por experiências, é aprender e apreender...

Eu achava que me maior medo era (sobre)viver sem esperanças, sem sonhos, sem ter a habilidade de acreditar.
Mas meu maior medo mesmo é o de simplesmente passar por essa vida sem ter me permitido viver tudo o que há pra (eu) viver!

Dentre uma série de erros e acertos na minha vida, não me arrependo de quase nada, porque tenho certeza de que, se eu morresse agora, morreria triste por partir tão cedo...
Mas aceitaria feliz o meu destino com a certeza de que tive a coragem de viver de verdade!
Me permiti viver sem medo (ou, ao menos, sem muito medo).
E como e vivi...

Tuesday, March 06, 2012

Romance?

... Daí que eu estou vivendo um romance!

Na verdade, eu comecei esse 2012 apaixonado pelo Meu Querido e - mesmo sabendo que ele morava em outro estado - na expectativa de poder viver um romance, o meu romance!

Criei na minha cabeça a seguinte idéia/expectativa: como Meu Querido ia vir passar o reveillon comigo e nossos amigos aqui no Rio e ia ficar hospedado em minha casa, imaginei que a semana que ele passaria aqui seria interessante pra gente viver um romance, curtir um ao outro sem ligar pro fato de que ficar juntos depois disso seria complicado e/ou impraticável. Era aquela coisa de viver o momento, sabem?

Imaginei vários passeios legais, diversões em festas, mãos dadas no cinema, muitas conversas recheadas de risadas e beijos e olhares - como algumas que a gente costumava ter - ou simplesmente nos recostarmos um no outro e fazer nada, só curtindo a presença, o calor.

Deus, como eu desejava viver esse romancezinho, esse namorico com Meu Querido! Eu precisava disso pra poder seguir minha vida em frente, sem ele, com a certeza de que eu pude viver naquele momento tudo que eu podia viver com ele...

Eu entrei 2012 desejando um romance quase adolescente que eu nunca tive, com uma pessoa que tem tudo o que eu quero/espero/desejo num homem.

E, como eu disse, eu estou vivendo um romance!
Na verdade, desde que 2012 começou, eu tenho vivido vários romances...
Ou melhor, tenho vivido diferentes partes desse romance que eu tanto queria!
Tenho beijos, olhares, carinhos, sexo ardente e espetacular, conversas que varam a madrugada, risadas, flertes, carícias e até ouvi juras de amor e propostas de namoro!!
Tudo isso com homens diferentes...

... E sempre fica faltando algo, porque nada disso é ou foi com o homem que eu quero, com o Meu Querido!
Os beijos que recebo me satisfazem, mas não são os dele.
As mãos que me tocam me transmitem conforto, carinho e desejo, mas não são as mãos dele.
As noites de sexo me dão muito prazer, mas não me tiram o desejo por ele.
As conversas e risadas são excelentes, mas não tanto quanto as que eu tive com ele.
E as juras de amor me tocam o coração, mas não tão fundo quanto ele é capaz de tocar...

Eu sei que o tempo é meu aliado e que, seguindo sua marcha inexorável, vai minimizar todo esse desejo latente, toda essa paixão natimorta e a importância que Meu Querido tem na minha vida.
Eu só queria que passasse logo, pra eu voltar a sentir uma alegria mais completa nos romances que eu tenha vivido, pra que eu possa realmente viver o romance que eu quero...

Monday, July 27, 2009

Mais um monte de palhaçadas

Eu acabei não contando como foi o carnaval, né? Foi bem divertido, cheio de gente aqui em casa, incluindo o Bebê-Urso e seu primo. Foi a primeira vez que passei o carnaval namorando de verdade, mas como estávamos com o relacionamento aberto, eu e Bebê-Urso aproveitamos bastante. Nosso acordo era só pegar rapazes (e eventuais mulheres) que interessassem a ambos. E pegamos juntos. Foi um exercício de auto-controle não pegar alguns caras que eu achava lindos, que me davam mole, mas que não interessavam ao Bebê-Urso.

No meio do carnaval conhecemos um cara muito legal, que ficou sendo nosso 'amante oficial'. Por causa de seu aspecto meio árabe, apelidamos o cara de Sayid. O pior de tudo é que Sayid era um cara muito muito muito interessante. Mais interessante que o Bebê-Urso. Ficamos os 3 juntos o carnaval inteiro e passei março inteiro praticando a arte do desapego, me esforçando pra não pensar em Sayid como uma possibilidade. E isso teria sido muito mais fácil se eu não tivesse passado março quase inteiro sem ver o Bebê-Urso.

Aí, no início de abril, pouco antes da Páscoa, Bebê-Urso bate aqui em casa, resolvido a terminar o namoro. Ele disse que sentiu que eu estava insatisfeito com a freqüência com que nos víamos, me disse que estava desempregado e sem dinheiro pra ficar vindo me ver e que, por isso, queria terminar comigo porque eu merecia alguém que pudesse 'bancar' um relacionamento com mais contato.

Eu disse pra ele que aceitaria o término do namoro se ele não gostasse mais de mim, se tivesse se encantado por outra pessoa, ou ainda se ele fosse morar muito muito muito longe de modo que fosse realmente impraticável sustentar o relacionamento... mas que eu me recusava a terminar um relacionameto por causa de um problema tão ordinário que a gente poderia resolver juntos como casal. Não tem dinheiro pra sair? Ok, ficamos em casa vendo filme. Não tem dinheiro pra vir pra minha casa? Ok, posso ir pra sua. Sou muito prático no que tange a essas questões e perguntei se, tendo isso em vista, ele queria mesmo terminar comigo. Ele disse que não, me abraçou, me beijou e me arrastou pro meu quarto pra mais uma sessão deliciosa de sexo... que acabou sendo nossa transa de despedida!

... Porque 3 semanas depois, bem no feriado de Tiradentes, Bebê-Urso terminou efetivamente comigo. Dessa vez, nem a coragem de aparecer ele teve. Terminou comigo por depoimentos no orkut! Terminar um relacionamento por telefone já não é algo ideal, por messenger pelo menos exige um dinamismo de conversa, mas por depoimento do orkut é PA-TÉ-TI-CO! E ele ainda escreveu um poeminha cafona falando sobre nos permitirmos viver novas histórias e coisa e tal!

Confesso que, de certo modo, foi um alívio. O namoro andava capenga mesmo e, como eu disse no outro post, talvez eu não estivesse com tão boa-vontade pra lidar com o Bebê-Urso! O fato é que esse término do namoro me fez voltar a pensar com carinho no Sayid que, como eu disse, era beeeeeem mais interessante que o Bebê-Urso! Sayid tinha idade mais próxima da minha, uma trajetória acadêmica interessante, uma vida estável, mais bonito e mais simpático, com gostos mais parecidos com os meus...

Resolvi tentar a sorte e, uma semana depois do término, comecei a procurar Sayid. Trocamos alguns sms e depoimentos com flertes leves e eu tava todo animado até que... um passarinho me contou que Sayid e Bebê-Urso estavam namorando. Na verdade, foram 3 passarinhos diferentes, de grupos diferentes de aves, todos eles com fortes provas desse relacionamento! E o cretino do Sayid flertando comigo enquanto estava construindo um relacionamento com meu mais recente ex-namorado!

Como tenho sangue de barata, mantive a pose, me fiz de desentendido e continuei flertando com Sayid, virtualmente mas cada vez mais descaradamente. E ele (cor)respondendo na mesma medida. Até que, por fim, ele me chamou pra um encontro. E eu, muito maldosamente, sugeri uma data que eu sabia que ele não poderia ir: o dia do aniversário do Bebê-Urso.

Sayid muito educadamente me pediu pra marcar outra data, porque naquele dia que sugeri ele não poderia pois teria um compromisso 'familiar'. E eu respondi: "É claro que eu posso agendar outra data... Afinal, tudo o que eu menos quero é atrapalhar seu compromisso familiar de comemorar o aniversário do seu namorado"!

Sayid me ligou no instante em que leu a mensagem, meio chocado, perguntando mil coisas: se eu já sabia, há quanto tempo eu sabia, porque eu não falei nada antes e tals. Respondi muito claramente a pergunta e disse que só segui com essa farsa pra saber qual o nível de mau caratismo deles dois...

Sayid se desculpou, disse que nçao era questão de ser mau caráter, mas que ele e Bebê-Urso estavam no começo do relacionamento, que ainda estava tudo aberto e, por ambos terem o mesmo tipo de preferência de papel sexual na relação, ainda estavam trepando com outras pessoas... E que ele, Sayid, me achava um cara muito interessante, que queria ficar comigo de novo, que queria mesmo se encontrar comigo e de repente me fazer de amante oficial dele (ou mesmo de ambos). Agradeci o 'convite', declinei e pedi que nem ele nem o namorado (meu ex) me procurassem mais, porque eu quero um relacionamento por inteiro, e não pela metade!

E, agora, tô vivendo a vida: solteiro!

Saturday, March 07, 2009

Tenho passado os últimos dois meses pensando que muitas pessoas que conheci não estavam preparadas para se relacionar seriamente...

... e agora me ocorreu o pensamento assustador de que, de repente, talvez seja eu quem não está pronto para um relacionamento sério!

Na verdade, essa idéia de que as pessoas, de modo geral, independente de credo, cor ou orientação sexual, não estão realmente prontas para se relacionar já me persegue há alguns anos. Ou melhor, há muitos anos. E me parece que a cada dia que passa essa idéia é corroborada pelo que observo do comportamento humanao, sobretudo dentro do gueto gay.

Depois da 'revolução sexual' iniciada na década de 1960, todo o nosso comportamento nop que tange os relacionamentos tem mudado. Há muitas mudanças positivas, como a discussão dos tabus sexuais, a diminuição da importância da virgindade, a abertura para se falar de sexo e com isso prevenir doenças etc., o divórcio.

Mas tudo isso também gerou uma série de inconvenientes, como padrões de comportamento sexual predatório, uma exacerbação da individualidade a ponto de se tornar individualismo (ou mesmo egocentrismo/egoísmo). Os relacionamentos ganharam novos contornos, novos limites, mas tiveram sua importãncia paulatinamente diminuída.

A maioria das pessoas ainda privilegia o relacionamento a dois. Ainda querem se relacionar a dois, encontrar alguém para construir um relacionamento amoroso, romântico e/ou sexual.

Só que os relacionamentos têm sido cada vez menos duradouros e têm ocorrido com menos freqüência porque as pessoas idealizam demais como deve ser seu companheiro. Elas criam padrões que são difíceis de alcançar, ou mesmo inatingíveis. E se aferram a esse padrões, idéias e concepções, sem se permitir relativizar. Ou seja, a pessoa se acha pronta para namorar, para construir uma vida a dois com alguém. Mas esse alguém tem que estar dentro dos moldes fixos e rígidos que a pessoa estabelece, bem como o relacionamento tem que preencher completamente os requisitos daquilo que a pessoa espera/deseja/quer/demanda.

E esse tipo de comportamento se apóia também nessa grande oferta e liberdade de escolha que todos temos. Por exemplo, o que me motivaria a seguir no relacionamento com uma pessoa que não é EXATAMENTE o meu tipo se, a qualquer momento, eu posso encontrar outra pessoa que o seja? Ou ainda, porque insistir num relacionamento que não é bem aquele que eu sempre imaginei se existe uma série de outros homens e mulheres que podem me dar aquilo que eu egoisticamente quero? Como criar um laço, como fortalecer uma união com uma pessoa se eu constantemente estou pensando em outra(s) - que só existem de verdade no plano das idéias - ou no que eu posso ter com outra(s)?

Sempre reclamei muito dessas pessoas que se dizem prontas para namorar, mas que nunca conseguem levar um relacionamento adiante e não entendem a razão - e a razão está claríssima para mim: não aprenderam a enxergar o potencial das pessoas e relacionamentos que têm nas mãos e, ao invés disso, ficam criando ilusões de relacionamentos perfeitos (ou seja, aos seus modes) e de príncipes encantados.

Nunca fui de negar chances a quem eu achava que as merecesse. Talvez por isso eu tenha insistido tanto em construir relacionamentos que acabaram por não dar certo. Mas, do modo como eu os via, esses relacionamentos não deram certo justamente pelos motivos que já descrevi: as pessoas em quem investi não estavam prontas para se relacionar. Às vezes, não estavam prontas para se relacionar com ninguém, mas em alguns casos, não estgavam prontas para se relacionar comigo, para lidar com meu melhor e meu pior.

Até que, ontem a noite, avaliando esse meu recente relacionamento com o Bebê-Urso, eu comecei a pesar alguns prós e contras. De repente, comecei a achar que eu estava sendo intransigente em certas posições e atitudes e, num dado momento, me apavorou essa idéia de que eu talvez tenha me tornado uma dessas pessoas que eu tanto tento não ser: alguém que se apega demais às idéias pré-concebidas de um relacionamento, alguém que não sabe se contentar com aquilo de bom que tem nas mãos e só quer satisfazer sua vontade individualista de atingitr um sonho/meta/ideal infantil e inalcançável.

Vejam bem: meu Bebê-Urso não é perfeito. Ele não preenche todos os requisitos físicos nem emocionais que eu espero do meu par ideal. Mas nem por isso ele é um incapaz, um pária, uma pessoa com a qual eu não possa construir um relacionamento. Pelo contrário, ele é carinhoso, bom de cama, inteligente e, para a idade, bastante maduro. Eu devo descartar esse relacionamento que me agrada só porque ele não tem a idade nem a maturidade que eu quero que ele tenha? Só porque ele não tem um visualzinho Harry Potter, como eu gostaria que meu homem ideal tivesse?

É que, por incrível que pareça, tem horas que essas coisas pesam nas minhas decisões. E eu me sinto tão fútil e tão limitado por simplesmente me permitir esses momentos de imbecilidade.

Ontem, eu pensei em terminar o namoro com o Bebê-Urso, só porque a gente não se vê com a freqüência que eu gostaria, uma freqüência que eu sei que é possível, mas que não ocorre porque, ao que me parece, ele não se esforça para cumprir. Talvez seja um bom argumento, uma boa razão para se terminar: falta vontade dele...

... ou será que falta boa-vontade minha, de efetivamente dar uma chance a esse menino de mostrar a que veio?

Wednesday, February 11, 2009

Relacionamento Aberto

Às vezes é realmente difícil entender as pessoas, que dirá agradá-las. O 'namoro' com o Bebê-Urso estava bem legal, bem gostoso, sem muitas cobranças e, agora, estamos partindo para um relacionamento aberto por conta e ciúmes dele e, em certa medida, uma intransigência minha.

Conheci Bebê-Urso no auge da minha 'crise' com o TioCampista. Estávamos numa festa dos ursos, no Espaço Marun e Bebê-Urso se fez de difícil porque (1) eu não era seu alvo principal e (2) eu já havia pego outro cara lá na festa e ele não queria beijar uma boca usada. Achei isso tão engraçadinho que realmente me esforcei pra ficar com ele. E não me decepcionei.

Bebê-Urso, cronologicamente falando, é mesmo um bebê pra mim: é 10 anos mais novo que eu. Mas em muitos aspectos ele é tão diferente e mais maduro que os garotos da idade dele que me encantou. Ele não curte boate, não liga pras músicas de viado, adora samba das antigas e Chico Buarque, é medianamente caseiro e bem carinhoso. Me encantou e resolvi dar um chance.

O meu grande incômodo com o Bebê-Urso (além do fato dele me deixar todo marcado de mordidas no peito e nas costas durante o sexo), é que ele é meio enrolado... e preguiçosinho! E isso gerou uma pequena crise no relacionamento.

Seguintes: antes mesmo de eu me envolver com o TioCampista, eu tinha fechado com uns amigos um pacote de viagem pra particparm do primeiro cruzeiro gay brasileiro. Desde a primeira semana que ficamos juntos, eu tenho falado desse cruzeiro com o Bebê-Urso. Chamei ele pra vir, mas ele não quis. Quando ele quis, não tinha dinheiro. Quando eu me ofereci pra ajudar a pagar a ida dele, ele se fez de ofendido e não aceitou. Quando ele se deu por vencido e resolveu aceitar, já não tinha mais vaga. E como já não tinha mais vaga, na semana em que eu ia pro cruzeiro, ele resolveu me pedir pra eu não ir...

... E é claro que eu mandei ele à merda e falei que ia pro cruzeiro sem ele. E falei pra ele que, nesse tempo todo que a gente tava junto (5 meses) eu não tinha ficado com mais ninguém, mesmo quando a gente tava no comecinho, sem compromisso. E que eu ir pro cruzeiro seria um exercício de confiança pra ele. Afinal, quem me conhece minimamente sabe que, mesmo eu sendo uma puta insana quando tô solteiro, sou o mais fiel de todos os caras quando estou me relacionamento com alguém.

Depois de muita conversa, bati meu pé afirmando que iria pro cruzeiro porque era meu "sonho" e porque eu já havia combinado isso com meus amigos antes dele existir na minha vida. e apresentei três opções pra ele: (1) ele podia aceitar e acreditar em mim (que eu juro que não ia ficar com ninguém mesmo, minha intenção sempre foi me divertir, com meus amigos), (2) a gente terminar tudo por causa dessa falta de confiança dele em mim ou (3) a gente manter um relacionamento aberto, ou seja, sem existência de um compromisso de exclusividade. Para minha surpresa, ele escolheu o relacionamento aberto... assim, se eu ficasse com alguém no cruzeiro, não seria traição. E isso só duraria mesmo no período do cruzeiro. E ele me fez a recomendação de não transar com ninguém no cruzeiro e só ficar com caras que fossem mais interessantes que ele (eu sei que devia ter pelo menos umas mil bichas no cruzeiro e 100 delas deveriam ser bem mais interessantes que o Bebê-Urso, mas só fiquei com 7 deles)...

Acabou que, logo que voltei do cruzeiro, decidimos manter o relacionamento aberto pra aproveitarmos juntos o carnaval que vem por aí. Vamos ver no que isso vai dar...