Este é um diário de uma beesha alucinada, cheia de aventuras insanas e pensamentos desconexos, à base de remédio controlado e de porradas que a vida dá na cara!

Saturday, March 07, 2009

Tenho passado os últimos dois meses pensando que muitas pessoas que conheci não estavam preparadas para se relacionar seriamente...

... e agora me ocorreu o pensamento assustador de que, de repente, talvez seja eu quem não está pronto para um relacionamento sério!

Na verdade, essa idéia de que as pessoas, de modo geral, independente de credo, cor ou orientação sexual, não estão realmente prontas para se relacionar já me persegue há alguns anos. Ou melhor, há muitos anos. E me parece que a cada dia que passa essa idéia é corroborada pelo que observo do comportamento humanao, sobretudo dentro do gueto gay.

Depois da 'revolução sexual' iniciada na década de 1960, todo o nosso comportamento nop que tange os relacionamentos tem mudado. Há muitas mudanças positivas, como a discussão dos tabus sexuais, a diminuição da importância da virgindade, a abertura para se falar de sexo e com isso prevenir doenças etc., o divórcio.

Mas tudo isso também gerou uma série de inconvenientes, como padrões de comportamento sexual predatório, uma exacerbação da individualidade a ponto de se tornar individualismo (ou mesmo egocentrismo/egoísmo). Os relacionamentos ganharam novos contornos, novos limites, mas tiveram sua importãncia paulatinamente diminuída.

A maioria das pessoas ainda privilegia o relacionamento a dois. Ainda querem se relacionar a dois, encontrar alguém para construir um relacionamento amoroso, romântico e/ou sexual.

Só que os relacionamentos têm sido cada vez menos duradouros e têm ocorrido com menos freqüência porque as pessoas idealizam demais como deve ser seu companheiro. Elas criam padrões que são difíceis de alcançar, ou mesmo inatingíveis. E se aferram a esse padrões, idéias e concepções, sem se permitir relativizar. Ou seja, a pessoa se acha pronta para namorar, para construir uma vida a dois com alguém. Mas esse alguém tem que estar dentro dos moldes fixos e rígidos que a pessoa estabelece, bem como o relacionamento tem que preencher completamente os requisitos daquilo que a pessoa espera/deseja/quer/demanda.

E esse tipo de comportamento se apóia também nessa grande oferta e liberdade de escolha que todos temos. Por exemplo, o que me motivaria a seguir no relacionamento com uma pessoa que não é EXATAMENTE o meu tipo se, a qualquer momento, eu posso encontrar outra pessoa que o seja? Ou ainda, porque insistir num relacionamento que não é bem aquele que eu sempre imaginei se existe uma série de outros homens e mulheres que podem me dar aquilo que eu egoisticamente quero? Como criar um laço, como fortalecer uma união com uma pessoa se eu constantemente estou pensando em outra(s) - que só existem de verdade no plano das idéias - ou no que eu posso ter com outra(s)?

Sempre reclamei muito dessas pessoas que se dizem prontas para namorar, mas que nunca conseguem levar um relacionamento adiante e não entendem a razão - e a razão está claríssima para mim: não aprenderam a enxergar o potencial das pessoas e relacionamentos que têm nas mãos e, ao invés disso, ficam criando ilusões de relacionamentos perfeitos (ou seja, aos seus modes) e de príncipes encantados.

Nunca fui de negar chances a quem eu achava que as merecesse. Talvez por isso eu tenha insistido tanto em construir relacionamentos que acabaram por não dar certo. Mas, do modo como eu os via, esses relacionamentos não deram certo justamente pelos motivos que já descrevi: as pessoas em quem investi não estavam prontas para se relacionar. Às vezes, não estavam prontas para se relacionar com ninguém, mas em alguns casos, não estgavam prontas para se relacionar comigo, para lidar com meu melhor e meu pior.

Até que, ontem a noite, avaliando esse meu recente relacionamento com o Bebê-Urso, eu comecei a pesar alguns prós e contras. De repente, comecei a achar que eu estava sendo intransigente em certas posições e atitudes e, num dado momento, me apavorou essa idéia de que eu talvez tenha me tornado uma dessas pessoas que eu tanto tento não ser: alguém que se apega demais às idéias pré-concebidas de um relacionamento, alguém que não sabe se contentar com aquilo de bom que tem nas mãos e só quer satisfazer sua vontade individualista de atingitr um sonho/meta/ideal infantil e inalcançável.

Vejam bem: meu Bebê-Urso não é perfeito. Ele não preenche todos os requisitos físicos nem emocionais que eu espero do meu par ideal. Mas nem por isso ele é um incapaz, um pária, uma pessoa com a qual eu não possa construir um relacionamento. Pelo contrário, ele é carinhoso, bom de cama, inteligente e, para a idade, bastante maduro. Eu devo descartar esse relacionamento que me agrada só porque ele não tem a idade nem a maturidade que eu quero que ele tenha? Só porque ele não tem um visualzinho Harry Potter, como eu gostaria que meu homem ideal tivesse?

É que, por incrível que pareça, tem horas que essas coisas pesam nas minhas decisões. E eu me sinto tão fútil e tão limitado por simplesmente me permitir esses momentos de imbecilidade.

Ontem, eu pensei em terminar o namoro com o Bebê-Urso, só porque a gente não se vê com a freqüência que eu gostaria, uma freqüência que eu sei que é possível, mas que não ocorre porque, ao que me parece, ele não se esforça para cumprir. Talvez seja um bom argumento, uma boa razão para se terminar: falta vontade dele...

... ou será que falta boa-vontade minha, de efetivamente dar uma chance a esse menino de mostrar a que veio?

1 Comments:

Blogger Rafàá said...

Espero peloo próxiiimo post bee! liii tudiinhOo ... mas axu qe vc preciisa postar com mais frequenciia! :)

Uma Bja^^

8:44 AM

 

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