Enjoy the silence

Nós somos feitos de silêncio e sons.
Eu sou feito mais de sons que de silêncios.

O silêncio, no fundo, me incomoda.
Porque o silêncio só existe do lado de fora.
Dentro de mim, tudo fervilha!
Um mundo de idéias, pensamentos, julgamentos, tudo se formando e se reformando, em milésimos de segundo, non-stop.

Chega a ser cansativo, mas minha cabeça sempre trabalhou num ritmo muito frenético.
Eu sou inquieto, agitado.
Tenho meus momentos necessários de ócio, de ficar quieto, parado, de olhar para o nada com a mente vazia.
Mas quando isso acaba - depois de alguns segundos ou minutos - um mar de agitação toma conta de mim.

Um amigo meu, o Russinho, diz que não entende como eu consigo dar conta de tanta coisa ao mesmo tempo: trabalho, estudos, séries de tv, cuidados com a casa, filmes, livros (às vezes dois ao mesmo tempo), revistinhas da Turma da Mônica, sexo, amigos, família, viagens, psicólogo, dentista etc. e tal!

Às vezes me sinto cansado.
Às vezes acho que tenho que diminuir o ritmo.
Eu preciso compreender que meu dia não tem 36 horas.

Mas sei que tenho uma necessidade muito grande de fazer as coisas, de viver intensamente, de curtir cada coisa. Talvez seja porque passei anos e anos sendo reprimido - muitas vezes por mim mesmo. Ora não tinha dinheiro, ora não tinha companhia, ora não tinha disposição, ora não tinha a mente aberta o suficiente.
Só que, agora, mesmo vivendo um dia de cada vez, eu vivo muito intensamente.

Definitivamente, preciso criar espaços para o silêncio em minha vida.