Este é um diário de uma beesha alucinada, cheia de aventuras insanas e pensamentos desconexos, à base de remédio controlado e de porradas que a vida dá na cara!

Wednesday, November 28, 2007

ditaDURA! - parte II

Como eu disse no post anterior, a mídia, através da 'ars erotica', influencia nossos comportamentos sexuais.

Da mesma forma, podemos ver que toda a indústria do pornô indulgencia uma série de padrões estéticos altamente excludentes. Numa rápida observação pelas capas de VHS e DVD eróticos ou pornôs, a grande maioria apresenta homens e mulheres com corpos desenhados por muitos exercícios físicos e/ou anabolizantes e outras drogas. E são fartas as cenas de mulheres peitudas com os seios cobertos de sêmen, homens enormes com falos inacreditáveis, posições e mais posições que parecem ser impossíveis de se alcançar.

É claro que existem uma série de vídeos e fotos dentro da mídia pornô para grupos mis diversificados: ursos, pintosas, super furry animals e mesmo outros que gostam de práticas mais, digamos, incomuns e/ou bizarras, como a pedofilia, zoofilia, riparofilia etc. Mas a grande maioria da produção pornográfica mundial difunde idéias, conceitos e padrões de beleza que se tornam tendências - e tendências excludentes!

Acho que a gente pode observar o quanto isso se difunde se repararmos nos perfis de pessoas nos chamados sites de pegação. Admito que freqüento vários e assumo que curto uma boa trepada descompromissada com um recém-conhecido da internet. Mas o que sempre me motivou a me cadastrar nesses sites foi a curiosidade e a galhofa. Passo horas vendo os perfis, analisando, rindo, babando, me masturbando, rindo novamente...

A grande maioria dos perfis reflete uma necessidade grande de encontrar alguém, mesmo que seja de maneira fortuita. E isso é uma conclusão meio óbvio, afinal, tratam-se de sites especializados em promover encontros!

Mas o que chama muito a minha atenção é que, mesmo no mais absoluto grau de carência afetiva/emocional/sexual, TODO MUNDO TEM SUA LISTA DE EXIGÊNCIAS. E tais exigências são, sobretudos, ligadas à aparência do futuro parceiro. E é interesssante notar como é que uma minoria 'marginalizada' como os fays também é extremamente excludente. Na grande maioria dos perfis, fica claro que o dono da descrição descarta "afeminados, gordos, velhos" (sic). Muitos afirmam "não tenho nada contra, só não sinto tesão", como se o tal tesão fosse algo que surge de maneira totalmente natural e instintiva, não tendo nada a ver com a construção da sua própria sexualidade.

GENTE, TESÃO SE APRENDE!

Ninguém nasce gostando de homens, de mulheres, de asiáticos, de magrelas, de rapazes com 3 peitos, de moças masculinizadas, de cães de grande porte.

Tá certo que cada um de nós tem o direito de achar um fulano feio e outro bonito, de acho um beltrano sexualmente atraente outro monstruoso. Ou seja, cada um de nós tem o direito de eleger os atributos de atrativos nos parceitos. Mas poucos de nós se dá conta de que boa parte de nosso desejo sexual é uma construção social (baseada em convenções etc.) e, por isso mesmo, é algo que pode ser controlado, modificado, ampliado... e são menos ainda os que se dispõem a mudar!

Se atualmente todo homem heterossexual sonha gozar gostoso com uma moça magra, sarada, peituda, bunduda e de cinturinha fina, há 100 anos as gordinhas é quem estavam com tudo no imaginário masculino.

Se hoje em dia o sonho do homem gay é o mesmo da mulher heterossexual - um homem alto, branco, sarado, viril e que fida muito gostoso -, há 20 o padrão era diferente.

O que as pessoas precisam urgentemente aprender é a não se engessar nessas preferências, nas aparências que lhes são ditadas.

Eu só sei que eu sou gordinho e não sou lindo... mas na cama sou melhor que muito 'sonho de consumo' por aí.

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