Este é um diário de uma beesha alucinada, cheia de aventuras insanas e pensamentos desconexos, à base de remédio controlado e de porradas que a vida dá na cara!

Sunday, July 27, 2008

Zork, o Ogro

Conheci Zork, o Ogro, em maio. Eu tinha ido ao Boy Bar com Professorinho, Didhy e DedinhosNervosos, no final de semana anterior ao feriado de Corpus Christi, se não me engano.

O ambiente estava muito agradável, como de costume. Muita gente interessante, da minha faixa etária ou mais velho. Parecia até encontro dos ursos, porque tinha uma galera mais gordinha, mais fortinha, mais velhinha e mais peludinha por lá. Achei legal, valorizo esse tipo de movimento - descontando-se todo o ranço que eles carregam por se sentirem (e efetivamente serem) "discriminados" e pouco valorizados por não corresponderem ao padrão estético vigente (e surreal) no coletivo homossexual.

Minha situação com o BofeBipolar (M.L.) ainda estava muito incerta, porque eu francamente não me sentia namorando alguém que mora numa cidade distante, que não me procura, que só dificulta nosso acesso. Tava me refreando, no intuito de resguardar o fiapo de relação com ele, mas estava aproveitando tentando, beijando outras bocas.

E foi nesse contexto que conheci Zork. Cerca de 2 anos mais velho que eu, Zork tem a minha altura, é gordinho, bastante peludo, falante, simpático e inteligente. Pelo que pude perceber (e, mais tarde, averiguar por várias fontes), ele é bastante conhecido no meio 'ursino'. Tanto é que nos conhecemos porque ele estava divulgando uma festa ursina que ele estava organizando no LaCueva. Ao menos, essa foi a desculpa que ele usou para puxar assunto comigo, depois de longos e desejosos olhares que me lançava - e que eu, é claro, correspondia.

Mesmo não sendo particularmente bonito, Zork se mostrou bastante seguro de si. Isso, aliado ao um bom papo e um certo magnietismo pessoal, me fez desistir de todos os outros pretendentes (e pretendidos) e concentrar meus esforços nele.

Como o estrago estava feito, aproveitei bastante seus beijos gostosos. E, pra minha sorte, ele morava perto de mim e me ofereceu uma carona. Minha cabeça libidinosa já tinha pensado várias vezes em momentos de sexo ardente nos bancos do carro, é claro.

Não chegamos a transar, mas o sarro foi bem quente nesse dia, dentro do carro, quando ele me deixou em casa. Ficamos quase duas horas estacionados em frente ao meu prédio, antes de eu entrar para dormir, bastante cansado. Começamos conversando, passamos para as carícias e beijos. Já não nos importávamos com as (poucas) pessoas passando pela rua: o amasso estava tão bom que ficamos apenas de cuecas! Foi duro, mas me vesti de novo e subi, louco de tesão por esse gordinho safado!!

Trocamos telefone e ele me ligou no dia seguinte. Era um domingo, combinamos de sair pra jantar, mas ele cancelou de última hora. Na segunda-feira, nos falamos por telefone novamente e combinamos de nos ver na terça-feira. Só que, na terça, ele teve um compromisso de última hora, ficou de me ligar de noite, mas não ligou. Veio o feriado, na quinta, eu viajei para a Parada de Sampa, e nem uma mensagem do cretino. Retornei no domingo, liguei, deixei recado na secretária eletrônica dele e resolvi desencanar. Ele me ligou na segunda, liguei pra ele na terça e ele não me ligou mais. E eu, que não sou bobo da corte, não ia dar mole pra esse ogro cretino: não liguei também.

Eis que, há alguns dias, topei com o Zork de novo. No mesmo bat-local. Fazendo a mesma bat-divulgação, da mesma bat-festa xoxada. Ele veio falar comigo, me pediu desculpas por ter sumido. Perguntou se podia me ligar e eu falei que sim. Encheu o meu saco pra ficar comigo de novo, disse que lamentava muito pelo nosso distanciamento. Me pediu perdão várias e váras e várias vezes! Quando eu não estava por perto, ficava falando com meus amigos que tinha tirado a sorte grande por ter me conhecido, que não ia me deixar escapar de novo, porque eu era fantástico. Chegou até o ponto bizarro de falar pro meu amigo Tee que eu era uma pessoa pra casar, que ele queria se acertar mesmo comigo a ponto de propor casamento! Não acreditei em uma palavra do que ele disse...

Mas, pra minha surpresa, ele me ligou no dia seguinte. Conversamos muito, batemos um papo agradável e ele se mostrou interessado em se redimir por ter pisado na bola comigo. Ficou de me ligar na segunda, pra combinarmos um jantar na terça ou na quarta. E nunca mais ligou pro meu telefone. Eu, macaca-velha, caguei e andei, não procurei também.

E, no sábado seguinte, lá estava eu, batendo meu ponto no BoyBar.
Qquem estava lá? O próprio Zork. Novamente, ele veio se desculpar comigo, disse que passou a semana toda enrolado com a organização da festa (que seria no dia seguinte). Eu, muito friamente, comentei com ele: 'realmente, a coisa deve ter estado muito complicada, né? pra você não conseguir digitar os 8 dígitos do meu telefone e nem se dar ao luxo de desmarcar algo...'. ele ficou vermelho de vergonha e disse que me compensaria naquela noite.

Como eu já tinha terminado meu conturbado relacionamento com o BofeBipolar e andava sem praticar o coito há algum tempo, resolvi que ia dar mais essa chance pro Zork, só pra poder dar uma trepadinha e, depois, cair fora - porque eu mereço mais do que um enrolado/enrolador! Mas eu tinha que me dar valor também, logo tratei de mostrar que ele teria que se esforçar um pouco mais para conseguir se deleitar comigo. Resisti a algumas cantadas, provoquei com olhares sedutores e cheios de desejo e, quando ele chegava junto, eu dançava sensualmente, me esfregando nele, mas não o beijava.

Estava evidente para qualquer pessoa que eu só estava dificultando um processo que seria inevitável, que eu só estava exigindo dele um esforço maior. E sabe o que ele fez? Simplesmente pegou outro cara, na minha frente!

Eu fiquei tão consternado com essa cena, do Zork beijando outro cara, que simplesmente parei. Na verdade, a minha impressão é de que o mundo tinha parado à minha volta, igualmente em choque!

Não me fiz de regado: respirei, tomei um refrigerante e caí na vulgaridade. Mas caí mesmo, com força. Foi uma noite pra entrar na história: beijei seis caras diferentes, em vários momentos da noite, todos bem na cara do Zork, todos mais bonitos que ele! Todos magros! E todos eles dentro do BoyBar, que é minúsculo, deve ter uns 60m²!

O que me irritou nessa história toda é o fato do palhação do Zork ter feito tanto alarde sobre mim e me tratar dessa maneira. Se a intenção era só dar uns pega, não precisava de tanto teatro, de tanto texto cheo de amor e arrependimento.

Agora, quem tem que lidar com o arrependimento de ter dado uma chance a esse idiota sou eu.

Pra minha sorte, nada acontece por acaso. Foi graças a essa fúria de Marimar que me lançou em seis bocas diferentes que eu conheci o TioCampista. Foi a última boca que beijei nesse sábado e que se importou comigo a ponto de mandar uma mensagem de texto pro meu celular assim que chegou em casa, bêbado como um gambá, só pra dizer que quer almoçar comigo amanhã. Vamos ver até que ponto isso é verdade...