Este é um diário de uma beesha alucinada, cheia de aventuras insanas e pensamentos desconexos, à base de remédio controlado e de porradas que a vida dá na cara!

Friday, October 31, 2008

A bruxa solta!

Meu halloween já começou com a bruxa solta...
Vamos começar com a história pelo começo...

Conheci o TioCampista no Boy Bar, em julho de 2008, no fim de semana do aniversário do amigo M.N. Eu tinha voltado há duas semanas de Sampa, sepultado meu relacionamento com BofeBipolar. Estava decepcionado com o Zork: sumiu, não ligou, não me procurou, nos encontramos nesse dia no BB, ele flertou, fiz jogo duro e ele pegou outro. Peguei dois nesse dia.

No fim da noite, reparei num coroa magrelo me olhando. Era bonito, cerca de 1,80m, bem magro, cabelos lisos espetados, óculos pequenos e arredondados, vestia jeans e uma blusa listrada em tons azuis e verdes, de manga comprida. Ele tinha um olhar penetrante, me chamou a atenção. Dei mole, mas não cheguei. Deixei claro que esperava que ele viesse. Foi assim que fiquei com o TioCampista pela primeira vez. Ele queria me levar pra casa dele, mas estava tão bêbado que teve que dormir na casa de um amigo em Copa.

Trocamos telefone e, no dia seguinte, via torpedo, me convidou para almoçar (mas perdi porque estava dormindo). Após isso, nos falávamos por telefone todo dia, às vezes mais de uma vez por dia. Fiquei encantado com a atenção dele. E também com a paciência: eu tinha acabado de fazer uma cirurgia na gengiva, não podia fazer nem sexo oral. Os beijos eram medianos, tinham uma certa dose de carinho, mas pouca utilização da língua. Os melhores beijos eram os mais voluptuosos, os que eram mais cheios de tesão, quando estávamos muito agarrados e/ou quando TioCampista estava sendo patolado por mim.

TioCampista me levou a vários bares, gostava de conversar comigo, me tratava bem. Já no começo ele havia comentado que havia saído de um relacionamento de 6 anos há pouco tempo. Como bom entendedor, já tinha entendido que, no momento, ele não iria querer um relacionamento sério. Me posicionei de forma a deixar claro que eu não era sapatão, que começa a namorar no segundo encontro, que eu tava aberto a possibilidades, que eu ia arriscar conhecê-lo, sair com ele e ver o que podia rolar.

Apesar da vontade, ele também foi com calma. Eu tinha acabado de fazer uma cirurgia na gengiva, há menos de uma semana de conhê-lo, tinha que ficar umas duas semanas de molho, sem poder transar, nem mesmo fazer sexo oral. Mesmo depois que melhorei da cirurgia, TioCampista ainda esperou até finalmente me levar pra casa dele - por minha iniciativa - em meado de agosto, quando finalmente transamos. Apesar do nosso cansaço, o desempenho dele foi acima do mediano. O pênis deve ter cerca de 22cm de comprimento por 16cm de circunferência. Ainda assim, não foi dolorido ser penetrado. O ponto forte foi o cunete. Não foi a melhor noite de sexo da minha vida, ocorreu ligeiramente dentro daqueilo que eu esperava de uma primeira noite com uma pessoa da idade dele, levando em conta o nosso cansaço da noitada.


Após o sexo, tomamos banho (em separado), dormimos, acordamos e praticamos sexo oral. Depois fomos tomar café em Copacabana e passeamos pela orla - eu com a roupa da noite anterior, num calor fodido. Conversamos bastante e foi aí que começou a cantilena de sempre: ele disse que tinha pouco tempo que tinha terminado, que ainda não tava pronto pra ter um relacionamento sério com alguém. Concordei, aceitei e entendi que era pra não cair de cabeça, não esperar compromisso.

Mas acredito que eu poderia ter esperado um pouco de respeito. Pois TioCampista continuou a me ligar, a falar e a sair comigo no mesmo ritmo de costume durante mais uns 10 dias. Nesse ponto, começou a me procurar com menos intensidade. Quando saíamos, vinha de conversa mole: primeiro dizendo que não queria nada sério, depois fazendo confidências de sua vida sexual com outros enquanto estávamos saindo e, num último momento, usando propositalmente a palavra 'amigo' para se referir a mim.

TioCampista, no mês de setembro, só me beijava se eu tomasse iniciativa. Rejeitou todas as minhas propostas de fazer sexo novamente, com diversas desculpas: estava cansado, queria ir pra boate, ofendido porque eu só o queria pra trepar, não gostava de repetir a dose e, por fim, não trepava com amigos. Mas, ainda assim, se eu tomasse a iniciativa de beijá-lo, ele correspondia - e não me deixava parar de beijá-lo.

Na penúltima vez que saí com ele, Dedinhos Nervosos estava presente. Ele sentou na mesa conosco e, num dado momento, ele disse que não queria atrapalhar a gente e ia nos deixar sozinhos. Eu respondi: "Ah, amigo, que bobagem! Além do mais, o TioCampista não quer nada comigo mesmo". E o TioCampista me olhou indignado e disse: "Quem te disse isso? Você é quem não quer nada comigo". E o Dedinhos Nervosos levantou e saiu dizendo: "Agora é que eu vou deixar vocês sozinhos mesmo".

Daí, comecei a conversar sério com o TioCampista. Ele falou que eu não queria nada com ele, ao passo que eu respondi que, se eu não quisesse nada, eu não teria motivos para ainda estar saindo com ele durante esses dois meses, sem transar com ele há quase 1 mês. Nisso, ele argumentou que eu não gostei de transar com ele, ao que eu respondi que se eu não tivesse gostado de transar com ele, não estaria há um mês insistindo pra transar de novo. E que na verdade, era ele quem estava se esquivando de transar novamente comigo, o que me fazia pensar que era ele quem não tinha gostado. Então, ele falou que foi bom, que gostou e tal. E eu perguntei por que ele não transava comigo de novo, ao que ele respondeu: "eu não transo com meus amigos".

Obviamente, fiquei chocado com essa resposta. Eu tinha percebido, sim que ele evitava ficar comigo, mas não resistia quando eu me mostrava interessado. Tinha percebido que ele realmente estava evitando fazer sexo comigo, mas nunca iria imaginar que era porque ele, de pois de 2 meses saindo comigo, já me considerava um amigo! Daí, eu disse que eu transaria com amigos sim; não transo com amigos como Didhy, que eu conheço há 7 anos, como Dedinhos Nervosos, que eu conheço há 5 anos, como o NuttyProfessor, que eu conheço há 2 anos; disse que eu entendia ele não transar com fulano e sicrano, amigos dele há 2, 3, 18 anos, mas que eu e ele, se é que éramos realmente amigos, nos conhecíamos há apenas dois meses. Assim, se havia um tesão mútuo, por que não transar? E foi aí é que ele soltou a bomba: "eu sou como você... figurinha repetida, pra mim, não completa álbum".


Eu tinha desistido de sair com ele, mas aceitei um convite de ir ao mesmo bar com ele, na semana seguinte. Nosso último encontro foi em 25/09. Fomos ao bar que freqüentamos, o 'Tô Nem Aí'. No bar, conversamos muito sobre relacionamentos de forma geral. Ele expôs toda a visão que ele tinha de um relacionamento futuro, toda a descrença dele na questão da fidelidade, da monogamia, sobretudo num relacionamento entre dois homens, colocando todo mundo no mesmo saco, dizendo que todo mundo era safado. Eu falei que eu era safado: que curtia transar, que curtia variar, que achava legal flertar etc., mas que ainda assim eu acreditava que podia ter uma relação séria e monogâmica com outro homem. Até porque, por mais que eu seja safado, quando eu me proponho a ter uma relação com alguém, eu levo isso a sério. E admiti que, mesmo não tendo nenhum relacionamento com homens que tivesse durado mais de 9 meses, eu nunca tinha traído. E que, quando eu comecei a sair com ele, eu estava só com ele, e que só parei de me dedicar a ele de forna exclusiva quando ele admitiu pra mim que, enquanto esteve comigo, passou pela cama de outros caras. Ainda no bar, ele disse (não diretamente) que não combinávamos porque tínhamos visões diferentes sobre relacionamentos, estávamos em momentos diferentes, que eu era infantil, inocente e inexperiente. Já havia reclamado que eu não tinha gostado de fazer sexo com ele e reafirmou. Já havia reclamado que eu o comparei negativamente com outro rapaz com quem eu havia transado e reafirmou. E ainda disse que, assim como ele, homem é tudo safado, eu inclusive, porque estava no bar conversando com ele, mas de olho nos outros. Usou sempre a palavra 'amigo' para se referir a mim. Ao falar de relações, citava exemplos como "se nós dois tivéssemos um caso", como se a gente nunca tivesse tido nada e fôssemos realmente amigos.

Quando ele veio me trazer em casa, conversamos no carro e ele me mandou esquecer tudo o que ele disse, pois ele não queria destruir minhas ilusões, nem que eu perdesse a inocência, porque ele já foi assim como eu e não queria ter perdido isso. Eu disse a ele que tudo o que ele me disse certamente me deu o que pensar, mas que eu não tinha mudado minha opinião em nada e que preferia continuar crendo que existem, sim, mais pessoas que pensem como eu e que sejam capazes de construir um relacionamento nesses moldes. Ainda afirmei que, em momento nenhum, por eu privilegiar um tipo específico de relacionamento, isso me impediria de vivenciar outros tipos de relacionamento. Antes de sair do carro, fomos nos despedir e, com sempre, no segundo beijo, ao invés de beijar minha bochecha, ele beijava o cantinho da minha boca. Eu olhei pra ele e disse: "já que você disse pra eu esquecer, posso esquecer só as partes que eu quiser esquecer?", ele disse que sim, e eu o beijei na boca, e ele correspondeu ao beijo. Então eu disse que tinha preferido esquecer as partes da conversa em que ele disse que somos só amigos.Ele riu, me virei pra abrir a maçaneta, mas ele me puxou para si, e ficou me beijando, e beijando, e beijando, às vezes com uma sofreguidão que eu nunca tinha percebido com ele. Ainda fiquei por mais de 20 minutos, oas beijos com ele. Saí do carro, parei de frente para a porta dele. Seu olhar era como um pedido para eu voltar para o carro e, ao mesmo tempo, uma súplica para não voltar. Olhei para ele com todo o meu cansaço, dei tchau e fui embora.

Só voltamos a nos falar na semana seguinte, quando liguei pra desejar a ele um feliz aniversário. Após isso, ele me ligou na semana seguinte, no meu aniversário. Me pediu pra ligar pra ele caso eu fosse na Parada GLBT do Rio. Liguei várias vezes e ele não atendeu. Quando falei com ele, já eram 22h40, eu tava em casa, ele na casa dele. Conversamos brevemente e combinamos de nos falar depois. E ele não me ligou mais. Cerca de 3 dias depois, eu liguei pra ele, para irmos nesse barzinho de costume e ele disse que tinha um aniversário pra ir, que me ligava depois. E desde então, não me ligou de volta. E resolvi não ligar também.

Ontem - na verdade, ainda há pouco -, 30/10, fui com o Dedinhos Nervosos no 'Tô Nem Aí'. Aliás, já estava resolvido adotar esse costume: sair do psicólogo na quinta e ir pro bar com os amigos. Foi só eu chegar lá que encontrei o TioCampista com um paquera. Pela linguagem corporal deles, eles estavam se conhecendo, devia ser a segunda vez que estavam juntos. E admito que isso me incomodou, porque, nessa minha cabeça torta, aquele papel de estar sentado na mesa com o TioCampista era meu, e não de uma pintosinha sub-21 escondendo o cabelo ruim com um boné. A única mesa disponível, é claro, era do lado da mesa deles. E a gente, obrigatoriamente, teria que passar pela mesa deles para ir pra nossa. Ele me viu chegando, abriu um sorrisão, se levantou pra falar comigo. E eu simplesmente estendi a mão de longe, apertei, disse 'boa noite! tudo bem? tá sumido, hein... deixa eu sentar ali na mesa, tá". E ignorei ele a noite toda. só fiquei reparando de canto de olho que, muito de vez em quando, ele fazia um esforcinho pra me ver. Nos ignoramos a noite toda, só nos falando quando ele foi ao banheiro (e teve que obrigatoriamente passar pela minha mesa) e quando ele foi embora - e ele ficou me olhando estranho, meio que espantando com a minha frieza.

Como medida profilática, apaguei o telefone de minha agenda, pretendo não ligar mais, embora esteja morrendo de vontade de sentar com ele e jogar na cara dele toda essa amargura e decepção que ele me fez passar.

A gente acha que, com a idade, as pessoas amadurecem, mas continuam sendo, no fundo, os mesmos idiotas egocêntricos de sempre.

O que me deixa mais puto é que eu ainda não consigo entender como chegamos a esse ponto, ou ainda, como eu consegui me deixar envolver por alguém que não estava pronto (se é que algum dia esteve ou estará) pra me dar valor. O que me deixa extremamente puto é a falta de respeito comigo, por simplesmente ter sumido da minha vida como um moleque idiota de 17-23 anos faria, sendo que ele é um homem de 43 anos - e não se espera que um homem 13 anos mais velho que você, com bagagem e experiência nas costas, haja contigo como se fosse infinitas vezes menos maduro que você mesmo!

Se tem uma coisa que me incomoda profundamente é não entender algo.E eu não entendo porque ele fez tanta questão de estar comigo para, agora, me tratar como um nada (e ainda ficar surpreso e constrangido com minha frieza com ele).O que eu não entendo é que se ele não queria nada sério comigo, porque insistiu tanto, ligou tanto, procurou tanto. Se ele tinha tanta opção de sexo mais fácil do que eu, como ele me jogou na cara várias vezes, diretamente ou não, por que me esperou tanto? E se realmente ele quis minha amizade, se gostava tanto de conversar comigo, de estar comigo, como ele mesmo me disse tantas vezes, não dá pra entender, nem mesmo aceitar esse sumiço de semanas sem ao menos uma ligação.

Não fode, eu não sou um copo plástico de 200ml, não merecia ser tratado como descartável...